
Basicamente, a administração do capital de giro envolve as decisões de compra e vendas tomadas pela organização, Gerenciar cada elemento do capital de giro da empresa para atingir um equilíbrio entre rentabilidade e risco é o objetivo da administração financeira de curto prazo, contribuindo positivamente para a criação de valor na empresa.
O que é capital de giro?
Conceitualmente, é o ativo circulante da empresa para arcar com os custos e despesas fixos e variáveis de curto prazo. Ou seja, são os recursos financeiros que se encontram em estoque, os investimentos líquidos, os valores em contas bancárias, os valores a receber, e tudo aquilo que pode ser facilmente convertido em dinheiro, para o cumprimento das obrigações negociadas e para a manutenção do bom funcionamento da empresa.
Qual é a importância do capital de giro?
Se trata de uma parte importante da saúde financeira da empresa, pois se trata do valor dos recursos aplicados pela empresa para movimentar seu ciclo operacional, representando a capacidade da empresa frente suas obrigações e contas. Empresas que operam com um capital de giro baixo acabam incorrendo em maior risco financeiro, pois, em eventualidades de mercado, recessão, despesas imprevistas ou necessidade financeira, elas acabam passando por dificuldades.
Dicas para administração do capital de giro:
1. Volume de investimentos necessários no capital de giro
Os recursos aplicados no capital de giro não fogem ao cálculo do custo de oportunidade a que todos os recursos financeiros da empresa estão submetidos. No que se refere a sua administração, terá que criar uma política que objetivará definir os volumes de investimentos necessários, reduzidos ao mínimo, para se obter os resultados desejados pela empresa.
2. Distribuição dos investimentos no capital de giro
A distribuição dos investimentos em caixa, valores a receber e estoques, levam em conta, primeiramente, a definição do volume de investimentos no capital de giro e, na sequência, o setor de atividade em que a empresa atua e as condições de mercado em que a empresa opera.
3. Gestão do caixa
Toda decisão de caixa está voltada para o aumento do valor da empresa, assim sendo, a definição de saldos mínimos de caixa deve estar consoante com esse objetivo. Deve manter atenção especial na forma como os fluxos de entradas e saídas de caixa estão estabelecidos, lembrando sempre que certas áreas e regiões, onde a empresa opera, são agentes que dão origem as entradas e saídas do caixa. Os recursos de caixa são destinados a atender os compromissos inesperados, sendo assim, a habilidade maior ou menor na elaboração da projeção do fluxo de caixa fará com que se necessitem maiores ou menores volumes de caixa para atender às necessidades emergenciais.
4. Identifique e corte os gastos
Levante os custos e despesas que podem ser diminuídos e faça o que for necessário para cortá-los. Fique sempre atento ao fluxo de caixa para manter as finanças em dia, pois empresas muitas vezes fecham as portas pela má administração do capital de giro.
5. Tenha muita disciplina
Ao utilizar o seu capital de giro para cobrir algum custo ou despesa que não foi prevista, não deixe de repor a mesma quantia quando entrar dinheiro em caixa formando novamente o seu capital de giro. Seja “obcecado” com o seu controle financeiro, reduzindo possíveis riscos e incertezas no futuro.
6. Saiba negociar com fornecedores e clientes
Em negociações com os seus fornecedores, procure as formas de pagamento mais confortáveis, alongando o prazo de compra, ou, se à vista o preço ficar mais interessante, verifique se tem condições de arcar com esse pagamento sem prejudicar o seu capital de giro. Em relação a suas vendas, com os seus clientes, tente sempre que possível reduzir os prazos de vendas (que é o financiamento do seu cliente). É difícil, pois muitas vezes isso é prática do mercado e é executada pelos seus concorrentes, no entanto, não custa negociar para melhorar o prazo do seu recebimento.
7. Acelerar o giro de estoques
Os estoques são importantes ativos do ponto de vista de aplicação de recursos, portanto, devem ter ações voltadas para a sua minimização. É preciso utilizar-se de técnicas de gestão de estoques que evitem trazer prejuízos para a produção ou se traduzam em empecilhos para as vendas.
8. Melhorar o ciclo de produção
Conseguindo agilizar o ciclo de produção de produtos e/ou serviços, conseguirá reduzir gastos e estoques, desta forma melhorando o ciclo financeiro da empresa.
9. Antecipação de contas a receber
Para ter dinheiro em caixa, para poder pagar contas que estão vencendo, você pode procurar instituições financeiras (bancos e factoring’s) e realizar com eles a antecipação dos valores que teria que receber somente no futuro (desconto de duplicatas, cheques, títulos, etc.). Mas, tome cuidado! Fique atento às taxas de juros cobrados por esse serviço e veja se realmente vale a pena para o seu negócio, verifique se a antecipação não vai “comer” toda a lucratividade de sua venda. Também deve observar que estará adiantando os valores a receber no futuro e muitas vezes acabará com os recursos que serão necessários nos próximos meses, virando uma “bola de neve” da qual não conseguirá mais sair.
10. Em vez de antecipar recebimentos pode fazer um empréstimo
O empréstimo é uma alternativa quando sua empresa precisa pagar contas e não possui recursos em caixa. Contudo, aqui entra novamente o planejamento, ao realizar um empréstimo deve ver a taxa de juros, condições de pagamento e se as parcelas que irá contratar vão caber no orçamento mensal de caixa da sua empresa (verificar sempre o fluxo de caixa).
Administrar bem o capital de giro do seu negócio significa avaliar o atual momento, as faltas e as sobras de recursos financeiros e os reflexos gerados por tomadas de decisões em relação a compras, vendas e à administração do caixa. Observe sempre esses fatores, pois uma administração ineficiente afeta drasticamente o fluxo de caixa da sua empresa.
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